24 de abr. de 2010

O COMENTÁRIO DE FERNANDO ROCHA - OPINIÃO COM CREDIBILIDADE

24/04/2010
Outra decisão

Pela segunda vez, uma partida final do Campeonato Mineiro é disputada no Ipatingão – em 2006, com o estádio lotado, o Tigre perdeu o bicampeonato para o Cruzeiro -, agora, com a presença inédita do Galo, que leva ainda a vantagem de jogar em casa no Mineirão, o segundo e decisivo confronto.O Galo é o favorito, sem dúvida, por possuir o treinador, que além de ser o mais badalado do Brasil, sua competência não se discute, além de possuir um elenco mais qualificado técnicamente, mas , sobretudo, encontra-se mais inteiro do ponto de vista físico e técnico, sem sofrer maiores danos devido às contusões e suspensões disciplinares nesta reta final. Ao contrário, o Tigre vive o caos há várias rodadas, mesmo antes de se classificar para a fase de mata-mata, o que vem obrigando a comissão técnica fazer verdadeiros malabarismos para pôr o time em campo. Só para refrescar a memória do nosso leitor, desfalcam a equipe amanhã, por motivos diversos e diversos motivos, nada menos que sete titulares absolutos: Márcio Alemão, Thiago Mathias (zagueiros); Jaílton e Máx Carrasco (volantes); Amílton, Jajá e Alessandro (atacantes).
A esperança quadricolor se concentra nas surpreendentes atuações de alguns novatos, tais como Éber, Silvio, Leanderson, Afonso, Danilo, entre outros, que assumiram as funções dos titulares nos últimos e decisivos jogos, a ponto de ninguém se lembrar dos ausentes.Amanhã, finalmente com arbitragem neutra, vamos começar a desvendar o mistério, se o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, estava mesmo com a razão, quando disse esta semana que o Cruzeiro entregou “o título de bandeja” para o grande rival. Quem viver, verá!

· No fundo, fundo mesmo, Vanderlei Luxemburgo concorda plenamente com o que disse Zezé Perrela e torce para que este seja mesmo um presente caído do céu, pois todos sabem das pressões que sofre no dia a dia, bem como a diretoria, por conta da secura de títulos. Todas as expectativas, anseios, traumas e dramas vividos pelo “glorioso”, ao longo das últimas quatro décadas, quando não ganhou nada de expressão e viu o maior rival triunfar várias vezes em competições importantes, estão depositadas nas costas de Alexandre Kalil, mas , principalmente, Vanderlei Luxemburgo.
· Há, ainda, de se destacar, que já foram tentadas várias saídas para este martírio, com investimentos pesados em técnicos medalhões, mas todas fracassaram. Carlos Alberto Parreira foi uma das últimas tentativas, a quem o clube ainda estaria devendo algumas centenas de milhares de reais.
· Luxemburgo e Kalil têm dito, em discurso afinadíssimo, que o projeto é de “longo prazo”, vai durar “dois anos”, etc, coisa e tal. Mas, todo mundo sabe que no futebol brasileiro só existe “longo prazo” quando se trata de negociar o pagamento de dívidas. Hoje, futebol é guerra, é briga, é dinheiro, é resultado. Então, na teoria, decidir este título contra o Ipatinga, um time pequeno aqui destes grotões de Minas Gerais, ainda por cima tendo um presidente, - chamado por ele, Luxemburgo -, “projeto de dirigente”, torna-se uma têta, dádiva maravilhosa, para o seu ressurgimento no cenário nacional, dando ainda mais moral para o perigoso confronto com o Santos de Neimar e cia, a sensação do Brasil, que ajudou a criar.
· Mas, como escreveu o nosso poeta maior, Carlos Drumond de Andrade, que também nasceu aqui nestes grotões, “no meio do caminho havia uma pedra/havia uma pedra no meio do caminho”. Pois, deixa estar, não duvidem, que o Tigre , possa surpreender novamente e se transformar em pedra no caminho do Galo, como na poesia de Drumond. Mas, se nada disso acontecer, já terá cumprido muito bem o seu papel, só pelo fato de ter quebrado outra vez o monopólio da capital, impedindo mais uma farsa montada em um certame estadual, para que a dupla de “grandes” fizesse a grande final. (Fecha o pano!)

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