22 de abr. de 2010

Globo retira comemoração do ar - Vinheta de aniversário foi comparada a campanha de Serra


A campanha institucional produzida pela Rede Globo em comemoração aos seus 45 anos de fundação foi retirada do ar menos de 24 horas depois de começar a ser veiculada. O motivo para tão pouco tempo de exibição se deve a especulações políticas. Pessoas ligadas à campanha da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, acusaram a Globo de embutir em sua campanha, propaganda a favor de José Serra, pré-candidato do PSDB.


Na vinheta produzida pela emissora, os cerca de 100 artistas da casa declamaram o mesmo texto, que continha as seguintes frases: “emoção? Mais!”, “educação, saúde, e, claro, amor e paz. Brasil? muito mais”. Essas frases ditas pelos atores e jornalistas da Globo foram comparadas com o slogan da pré-campanha de Serra, “O Brasil pode mais”. O coordenador da campanha online de Dilma, Marcelo Branco, repercutiu a polêmica no Twitter, fazendo a comparação entre a propaganda da emissora e a campanha do pré-candidato do PSDB, mas disse que a candidata do PT não se envolveu na polêmica. “Sobre o Jingle da Globo: meu RT e comentários foram de caráter pessoal. Eu não falo em nome da Dilma e nem da coordenação”, escreveu Marcelo em seu microblog. Na linguagem do Twitter, RT significa repassar uma informação de um outro internauta.

Alguns comentaristas da Web relacionaram os 45 anos da TV ao número do PSDB na cédula eleitoral, também 45. “A imagem final parece um cartaz do PSDB, com o fundo azul exatamente naquele tom e o 45. Se tirar o símbolo da Globo e colocar um tucano, fica igual”, escreveu um comentarista do blog RS Urgente, um dos primeiros sites a apontar as semelhanças. Quem também enxergou muitas coincidências entre as duas campanhas foi Paulo Henrique Amorim, jornalista e apresentador da Rede Record. “Deve ser uma retribuição ao agasalhamento do terreno que a Globo invadiu por 11 anos e o Serra transformou numa escola técnica para formar profissionais para a Globo. Uma mão lava a outra. E cada vez mais !”, disse Paulo Henrique em seu site, se referindo a um terreno na capital paulista que teria sido invadido pela emissora carioca sob o pretexto de preservar a área.

A campanha de 30 segundos estreou no domingo (18), no espaço mais nobre da casa, o intervalo do Fantástico, e não deve voltar ao ar em nova versão para evitar novas polêmicas. Em nota, a emissora argumenta que a campanha foi criada “comprovadamente em novembro do ano passado, quando não existiam nem candidaturas, muito menos slogans eleitorais”.

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