Os episódios subsequentes aos erros da arbitragem no Campeonato Mineiro parecem não ter fim. Após declarações infelizes, bate-bocas e exageros após alguns jogos da primeira fase - na derrota de 3 a 1 do Atlético para o Cruzeiro (Kalil e Luxemburgo) e no jogo da eliminação do América para o Galo, no Ipatingão (diretoria americana) -, o erro mais grave ocorreu no último domingo, no jogo da eliminação do Cruzeiro.
Depois disso, foi a vez de o presidente do Ipatinga, Itair Machado, entrar em cena e desabafar contra o que chamou de “roubo” por parte de árbitros até então tidos como isentos nos quadros da FMF - Ricardo Marques Ribeiro e Márcio Eustáquio Santiago. O dirigente passou a ter mais argumentos a partir do momento em que pediria, na semana passada, intervenção do Ministério Público na arbitragem mineira depois que o jornalista Jeaci Carvalho afirmara em sua coluna no “Estado de Minas”, entre outras coisas, que Vanderlei Luxemburgo havia participado da indicação do apitador de Atlético x América (Renato Cardoso Conceição). Desde então, Itair vinha insistindo na escalação de arbitragem de outros Estados para a decisão.
Nesta quinta-feira (22), foi a vez de o técnico Vanderlei Luxemburgo apimentar a polêmica. Já de madrugada, após a vitória do Atlético sobre o Sport por 2 a 0, Luxemburgo entrou no assunto como se nunca tivesse protestado ou dito “alhos e bugalhos” contra os árbitros. Ele disse estranhar o fato de tanta polêmica em torno do apito para decisão do Estadual entre Atlético x Ipatinga.
Segundo ele, se há tantas coisas erradas assim, conforme denunciam, tem-se que partir para a apuração dos fatos e punir os envolvidos. Disse, também, que o momento é de valorizar o futebol mineiro e não desvalorizá-lo a partir de denúncias que ele considera muito graves, mas sem fundamento. Falou que não se pode ficar falando de bandidagem, podridão e outras coisas mais sem provas, “maculando a competição”.
Projeto
Luxemburgo foi mais além e tocou no nome do presidente Itair Machado. O dirigente do Tigre foi taxado de “projeto de dirigente” pelo técnico atleticano. O treinador justificou suas palavras em razão do que vem pedindo o presidente ipatinguense em relação à arbitragem, o que estaria provocando tumulto nos bastidores e atrapalhando o clima para a decisão.
“O Itair ainda é um projeto de dirigente. Não que ele seja pequeno, mas tem muita estrada pela frente, e de repente não pode achar que já é um grande diretor e com vivência suficiente para falar de certas coisas. Ele pode até chegar lá, mas ainda falta muita coisa. Falo isso com a propriedade de quem tem mais de 40 anos de futebol, 58 anos de idade e muita estrada percorrida”, afirmou Luxemburgo.
O treinador disse ainda que espera uma boa decisão e muito difícil, porém jogada com lealdade e vencida pelo que tiver melhor desempenho.
Sem resposta
Procurado para falar sobre as declarações de Luxemburgo, Itair preferiu o silêncio. Afirmou, através da assessoria de imprensa, que não iria comentar o assunto, pois estava envolvido com dezenas de outras questões relativas ao seu time para a decisão, bem como a disputa do Brasileiro da Série B.
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