11 de mai. de 2010

O COMENTÁRIO DE FERNANDO ROCHA - OPINIÃO COM CREDIBILIDADE


Sem  surpresas

Todos nós temos a própria seleção e uma é sempre diferente da outra. Então, a minha, a sua , jamais será igual à do Dunga, pois nela certamente estariam Paulo Henrique Ganso, Neimar, Ronaldinho Gaúcho, o goleiro Fábio, Diego Tardeli e por aí afora.

Da lista do Dunga divulgada ontem, a meu juízo, a única surpresa foi a fila de espera, onde apareceram alguns nomes já citados, como os de Tardeli, Ganso e do Gaúcho, além da confirmação dessa tal “coerência”, apregoada aos quatro ventos por ele e enaltecida por parte da mídia, que não enxerga além dos limites do próprio umbigo.

Suas idéias – as do Dunga -, suas ironias em relação à imprensa, pouco me importam, assim como sua elogiada “coerencia”. Parece até que o ideal no futebol é escolher um grupo de jogadores e mantê-lo até o encerramento de suas carreiras.

Reafirmo o que escreví ontem: não estou nem um pouco otimista em relação à conquista do título. Torço pela Seleção Brasileira, mas não torço pelo time do Dunga, a quem não reconheço  como o mais capacitado para dirigir a Seleção pentacampeã mundial. Se ganhar a taça tudo bem, se perder prá mim vai ser a mesma coisa. Nenhuma surpresa.
·         Quem tem uma  média, micro ou pequena empresa, sabe perfeitamente das dificuldades para sobreviver, neste mercado cada vez mais difícil e competitivo. Dinheiro hoje é muito difícil de ganhar, mas no caso do futebol, um esporte que virou negócio de números estratosféricos, inimagináveis, não é assim que as coisas funcionam.
·         Um exemplo: o meia colombiano Javier Reina, fora dos planos do técnico Gilson Kleina, foi dispensado pelo Ipatinga por deficiência técnica e devolvido ao Cruzeiro, dono de seus direitos econômicos. E alguém pelo menos imagina quanto ganha esse Reina, que mal sabe dar um passe, não chuta, não domina a arte de jogar futebol. Pois então, pasmem, pois até eu que já estou acostumado com essas maluquices dos nossos cartolas, fiquei absurdado. Reina ganha mensalmente do Cruzeiro, que paga seu salário religiosamente em dia e o empresta a outros clubes na esperança de que se destaque para vendê-lo e auferir lucro ainda mais astronômico, cerca de  R$ 60 mil , mais de cem salários-mínimos, ou seja, o que ganha em um mês, um trabalhador comum e mortal aqui no Brasil demoraria aproximadamente dez anos para conseguir.
·         Tudo bem que atualmente o capitão do time de futebol não tenha a mesma importância de décadas passadas, onde para se atingir este posto, o sujeito tinha de possuir, além de uma notória intimidade com a bola, espírito de liderança incontestável, angariando o respeito não só dos companheiros de clube, mas da torcida e a imprensa em geral.
·          Hoje, a figura do técnico-professor-doutor vociferando e exibindo gestos teatrais para as câmeras de TV, à beira do gramado, substituiu a figura do capitão. Não se vê mais, por exemplo, aquelas reuniões de jogadores na volta para o 2º tempo, onde o capitão às vezes alterava a maneira do time jogar, contrariando o que havia sido combinado no vestiário. No máximo, o capitão hoje serve para se reunir com a diretoria e acertar valores de gratificações, folgas, etc, coisa e tal.
·         Mesmo assim, foi no mínimo estranho, completamente fora de propósito, a colocação da faixa de capitão no braço de Alessandro, nessa malfadada estréia do Tigre na Série B contra o Paraná no último sábado. Parece que tudo o que foi dito à respeito do seu gesto irresponsável,  que culminou com a expulsão, após fazer gestos obscenos para a torcida do Cruzeiro, ocasionando sérios prejuízos ao clube na reta final do Mineiro, entraram por um ouvido e saíram pelo outro. Se a diretoria quis levantar o moral do jogador com este gesto,  acabou dando um tiro no próprio pé.
·         Chico Maia, que é filho de Sete Lagoas, escreveu em sua coluna na semana passada: “Toda vez que eu trabalhava em um estádio de porte médio na Europa, escrevia: “inveja danada”, reclamando que a minha cidade, com seus 200 mil habitantes, não tinha algo parecido. Pois agora essa inveja acabou, já que a Arena do Jacaré está se tornando um modelo nacional. As pessoas vão se surpreender quando  forem lá”.
·         Em outro tópico, o jornalista Chico Maia também revela que “as 25 mil cadeiras já estão quase todas instaladas na Arena, mas devido às exigências dos órgãos da segurança, a capacidade total deverá ficar em 22 mil. Dá para receber até jogo da Libertadores da América, não é!? O Cruzeiro jogou ontem em Montevidéu, num estádio com capacidade para 20 mil”. (Fecha o pano!)
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