26 de mai. de 2010

O Comentário de Fernando Rocha – opinião com credibilidade

Dois tempos

fernando Já estou cansado de ouvir: - Esse Luxemburgo é o melhor técnico do Brasil, pois se as coisas vão mal, consegue mudar tudo no intervalo ou com a bola rolando e fazer o time ganhar o jogo.

Outras vezes é o Adílson Batista, só que na condição de vilão, às avessas, chamado por ele mesmo de “Prof. Pardal”, normalmente apronta uma barafunda, que ninguém entende, ao escalar ou mexer no time, trocando os pés pelas mãos, levando o torcedor celeste ao desespero.

Fica mesmo difícil de entender algumas coisas que são comuns no futebol: o jogo começa e o time não está jogando absolutamente nada; vem o intervalo, as mudanças, ou às vezes nem são feitas alterações, e alguns jogadores que pareciam nem mesmo terem entrado em campo se transformam em heróis; e o time, que parecia morto, ressurge das cinzas, volta como se fosse outro, alcançando a vitória.

Só para citar exemplos recentes, o Cruzeiro não jogou absolutamente nada no 1° tempo do jogo contra o Guarani , mas no 2° tempo foi outro e chegou ao empate de 2 a 2, quando poderia até ter vencido.

O Galo foi mais ou menos no 1° tempo, desperdiçando inúmeras oportunidades, porém, na segunda etapa acertou o caminho do gol e fez 3 a 1 no Atlético/PR como um menino chupando picolé.

Fico aqui pensando com os meus botões: por que não jogam bem a partida inteira? Seria esta uma estratégia dos técnicos-professores-doutores? Imagino que Galo e Cruzeiro, se jogassem os noventa minutos como têm jogado uma etapa da partida, seriam campeões de tudo o que disputam.

  • A supervalorização do trabalho do treinador hoje em dia é um dos graves problemas, que afetam não só o futebol brasileiro, mas o mundo inteiro. O “professor” ou “manager” normalmente é o dono da verdade e os jogadores repetem seus chavões, frases feitas, procurando seguir par e passo tudo o que determinam. Sem a pluralidade de opiniões e com a concentração das decisões nas mãos de uma só pessoa, um erro deste profissional pode causar estragos de proporções e prejuízos irreparáveis aos clubes que dirigem.
  • Tostão escreveu esta semana em sua coluna nos principais jornais do país sobre este assunto. Para ele, “se o Brasil ganhar ou perder, o motivo principal não será Dunga”. E citou exemplos, como da Internazionale que conquistou a Liga dos Campeões ou o Santos atual, onde para Tostão os técnicos são importantes no sucesso destas equipes, mas o principal mesmo são os ótimos jogadores que possuem. Com a sua habitual clarividência, Tostão foi taxativo ao afirmar que “a principal discussão não deveria ser entre futebol de resultados e futebol-arte, futebol ofensivo e defensivo, e, sim, sobre os jogadores que sabem, os que não sabem e os que sabem mais ou menos jogar futebol ”.
  • O Galo de Vanderlei Luxemburgo ganhou o título mineiro e nada mais. Ainda está devendo uma grande atuação, contra um grande time. Quando se deparou com o Santos, não teve capacidade para superá-lo e ficou no meio do caminho na Copa do Brasil. Hoje tem a chance de mostrar que está de fato evoluindo, pois vai enfrentar o Vitória no Barradão em Salvador, um adversário forte e motivado, por ter conseguido chegar à final da segunda mais importante competição nacional.
  • O Cruzeiro continua devendo atuações convincentes fora de casa. Como bem disse o seu presidente, Zezé Perrela, “dentro de casa é um Leão e fora é um gatinho”. Tem uma defesa que não inspira confiança, à exceção do goleiro Fábio. Não será surpresa se derrotar o Botafogo esta noite no Mineirão até com facilidade, mas também pode dar tudo errado, até mesmo sair derrotado. A instabilidade só vai passar daqui há três ou quatro rodadas, quando os jogadores já tiverem superado totalmente a eliminação na Copa Libertadores.

E-mail:bolaarea@yahoo.com.br

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