23 de mai. de 2010

Moradora de Belo Oriente precisa de cirurgia bariátrica

Com apenas 46 anos de idade, a dona-de-casa Conceição Aparecida Santos, moradora do distrito de Perpétuo Socorro (Cachoeira Escura), a 26 quilômetros de Ipatinga, vive um sério drama de saúde. Ela e toda a sua família sofrem com as muitas dificuldades impostas por um quadro de obesidade mórbida. O excesso de peso faz com que ela realize grande parte das tarefas de casa sentada, como lavar vasilhas e roupas. Hoje ela pesa 150 kg. A saída para o problema dela é a cirurgia de redução de estômago. Contudo, há quatro anos ela tenta em vão conseguir ajuda para custear o procedimento médico, orçado em R$ 10 mil.

De acordo com estudos do IBGE, está aumentando muito o número de pessoas obesas no país. As pesquisas indicam que há cerca de 17 milhões de obesos no Brasil, o que representa nada menos que 9,6% da população. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo eles são 300 milhões. A entidade considera a obesidade um dos dez principais problemas de saúde pública do planeta, classificando-a como epidemia.

Para relatar sua triste história, Conceição recebeu a reportagem do jornal VALE DO AÇO na manhã deste sábado (22). Moradora do distrito de Perpétuo o Socorro, em Belo Oriente – que tem um PIB per capita de R$ 21.036,00, segundo números do IBGE, quase igual ao de Ipatinga (de R$ 23.113,00) –, ela estava sentada numa cadeira em frente à janela de sua residência, a única maneira dela ter contato com a rua.

Sangramento

O estado de saúde de Conceição é delicado por causa da pressão alta. Mas o que mais preocupa são os constantes sangramentos no umbigo, que ela enfrenta sem ajuda médica e combate de maneira simplista: “A barriga caiu e isso fez com que o umbigo também caísse. E tenho de colocar papel (higiênico) todos os dias para conter o sangramento”, descreveu a mulher.

Separada do marido, mãe de três filhos e sem nenhuma renda fixa mensal, a dona-de-casa contou que pede à filha Chiva Rayssa Santos Alves, de apenas sete anos e estudante do segundo do ano ensino fundamental, para passar pano na casa. 

Quem sustenta a família é o filho mais velho, Adilson Felipe de Castro, 22, que trabalha como ajudante de mecânica numa empreiteira, dentro da área da Cenibra. A renda deles gira em torno de R$ 500. E para complementar o orçamento, na entrada da casa um cômodo foi transformado em bar. O vizinho é que ajuda a cuidar do estabelecimento.

“O movimento está muito fraco, com o pouco que ganho consigo comprar pão para minhas filhas e os materiais escolares. Mas o meu filho é quem paga todas as contas”, relatou a mulher.





Conceição recorda que desde a sua adolescência convive com o excesso de peso. Quando deu à luz seu primeiro filho, Adilson, ela já pesava 130 kg. Porém, com a gravidez das últimas filhas a situação piorou e ela ganhou mais 20 quilos ao longo de sete anos. “Já fiz dieta, tomei remédios e de nada adiantou. Nunca consegui emagrecer. Fui a Belo Horizonte para tentar conseguir a operação, mas o médico me devolveu o dinheiro da consulta e disse que não fazia cirurgias pelo SUS. Pedi na Prefeitura para pagarem a minha redução de estômago e eles disseram não ter dinheiro. Já não sei mais para quem apelar”, desespera-se Conceição. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário