23 de ago. de 2010

Peças para vagões – Usiminas Mecânica investe em Ipatinga

 

A locomotiva que puxa o mercado ferroviário de cargas no Brasil está em aceleração e já movimenta investimentos expressivos. Uma das empresas que não quer perder o bonde desse momento de expansão do setor é a Usiminas Mecânica, que acaba de fechar acordo de transferência de tecnologia com a americana Standard Car Truck (SCT) para a fabricação de truques ferroviários (conjunto de peças que compõem a base dos vagões, com rodas, molas e eixos) em sua planta de Ipatinga, no Vale do Aço. O investimento na implantação de uma nova linha de moldagem automatizada e com capacidade para produzir 24 mil toneladas ao ano na sua unidade de fundição será da ordem de R$ 49,5 milhões. A expectativa é de que, até meados do ano que vem, a fabricação de truques já esteja em operação.

“A estratégia é de agregar valor ao aço e é isso que estamos fazendo ao produzir truques para abastecer não só a nossa fábrica de vagões, mas também o mercado como um todo”, afirma o superintendente de Fundição, Forjaria e Vagões da Usiminas Mecânica, Jairo Andrade Cruz Júnior. Ele acredita que, com a parceria com a SCT (uma das maiores fornecedoras mundiais de truques ferroviários), a empresa também vai ampliar sua competitividade ao oferecer um produto de maior valor agregado aos clientes que já compram seus vagões. Dentro dessa estratégia, a Usiminas Mecânica desenvolveu dois protótipos de vagões-gôndola para a Vale, para ser usados na Estrada de Ferro Carajás. Cada um deles tem capacidade de 150 toneladas, o que representa aproximadamente 20 toneladas a mais que um vagão normal. Com projetos assim, a empresa ainda pode ganhar pontos na disputa com a Amsted Maxion e Randon, hoje líderes desse mercado no país.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, todo o acréscimo de capacidade de produção é bem-vindo. Isso porque as empresas podem se voltar para a exportação, além de suprir o mercado interno, que conta com encomendas aquecidas para vagões novos e para reposições. O segmento de cargas é que tem impulsionado esses negócios. Para se ter uma ideia, em 2009, as indústrias produziram apenas 1.022 vagões, por causa da crise financeira internacional. No primeiro semestre, o país já fabricou 1,2 mil unidades e a expectativa é que chegue a 3 mil até o fim do ano. Ele calcula que, em 2011, o volume de vagões fabricados no Brasil fique entre 4 mil e 5 mil unidades, retornando aos patamares de 2008. De acordo com o analista de investimentos da SLW Corretora, Pedro Galdi, as empresas estão se estruturando para aproveitar o boom do mercado brasileiros nos próximos anos. “E a área ferroviária não vai ficar de fora. Vão ser necessários muitos vagões.” (Com Estado de Minas)

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