31 de ago. de 2010

O comentário de Fernando Rocha

 

fernandoVendeu o sofá

A notícia que todos os torcedores do Galo queriam ouvir ontem, a saída de Vanderlei Luxemburgo e sua turma, não aconteceu. Como ainda costumam dizer alguns políticos tradicionais nestes grotões do Rio Doce, “muito antes pelo contrário”, no fim da tarde, Luxemburgo surpreendeu ao fazer o que mais gosta e sabe no momento, ao chamar para sí os holofotes de toda a imprensa da capital, para fazer um pronunciamento sobre a penosa situação do Atlético, que sob seu comando amarga há oito rodadas a zona de rebaixamento.

Luxa repetiu o “mea culpa” feito no vestiário após a derrota para o Palmeiras, e como resultado de uma reunião da diretoria, anunciou que a partir do jogo de domingo, quando enfrenta o São Paulo aqui no Ipatingão, o Galo volta à “Arena do Jacaré”, que volta a ser sua “casa” até o final do ano, mesmo se chover canivete aberto em Sete Lagoas e região.

Não falou dos passes errados, da falta de jogadas ensaiadas, na demora de algumas madonas, como Diego Souza, para entrar em forma e jogar o que sabem, muito menos abordou as falhas grotescas de Fábio Costa, o quarto goleiro-frangueiro sob seu comando este ano.

Já o amável repórter de uma grande emissora da capital, eufórico com a decisão, pois afinal de contas não terá mais de encarar a BR-381 (no que ele está coberto de razão), a “Rodovia da Morte”, para vir ao Vale do Aço trabalhar, só não precisava exagerar e dizer que “o Ipatingão não tem a mínina estrutura para se trabalhar”, pois neste caso faltou com a verdade.

Quanto à decisão tomada pela diretoria do Atlético em voltar para Sete Lagoas, de nada vai adiantar se o time não voltar a vencer, pois no fundo mesmo, a medida anunciada ontem, ficou parecendo a decisãodo português da piada, que vende o sofá quando descobre a traição da mulher.

· Futebol não é uma ciência exata, por isso está sujeito a situações como esta vivida pelo Galo, onde do ponto de vista material e humano todas as exigências foram preenchidas, mas os resultados dentro de campo não aparecem. Vanderlei Luixemburgo sempre foi o sonho de consumo dos torcedores do Galo. Mas, não está dando certo.

· Acredito no que diz sobre “projeto”, mas é preciso saber se as bases deste projeto são as mais apropriadas para a realidade do nosso futebol e do clube que dirige, pois é inegável sua competência e seu currículo vitorioso, porém, convenhamos, desde sua passagem com o Cruzeiro em 2003 não ganhou mais títulos de expressão.

· A meu juízo, o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, só não passou a régua em Luxa e no séquito que o acompanha, por conta dos contratos que assinou e as pesadas multas rescisórias, que poderiam desequilibrar as finanças do clube. Com Kalil no comando, o torcedor atleticano com certeza não passará pelo vexame de até bem pouco atrás, quando até a taça de campeão brasileiro de 1971, quase foi penhorada para pagar dívidas.

· No domingo, ao deixar o Ipatingão na companhia do narrador Nelcy Romão, fomos abordados por um grupo de torcedores atleticanos, que revoltados aguardavam a saída do ônibus com os jogadores. Mas, além da decepção pela derrota de virada para o Palmeiras, ainda por cima com um gol de Kléber, os torcedores se diziam perplexos com a quantidade de caixas de latas de cerveja, que viram embarcar no ônibus, que levaria de volta a BH, a turma de apoio,ou seja, aqueles funcionários do clube que atuam na retaguarda, tais como massagista, roupeiro, mordomo, seguranças, etc, coisa e tal..

· Na maior cara de pau, ao ser questionado por um torcedor, um funcionário do clube teria dito que aquilo era “normal”, o que dá margem a muitas interpretações. Cada um é dono do seu próprio nariz, mas neste caso eles estavam ocupando um meio de transporte pago e a serviço do clube e quer queiram ou não, pegou mal, muito mal. (Fecha o pano!)

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