31 de ago. de 2010

Garoto de 14 anos é assassinado




Bruno era filho único. Seu pai mora nos Estados Unidos e não pôde vir ao enterro

IPATINGA – Terminou muito mal uma suposta brincadeira entre dois garotos de 14 anos na tarde deste sábado (28), na Rua Dente de Leão, no Bairro Chácaras Madalena, em Ipatinga. Um dos meninos, Bruno Francelino Sequeto, foi atingido por um tiro de pistola Beretta calibre 7.65 no rosto e morreu na hora. O outro garoto, responsável pelo disparo, fugiu do local do crime, mas foi apreendido pela Polícia Militar e levado para a 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (1ª DRPC), onde prestou depoimento e foi liberado. O homicídio teria acontecido após uma brincadeira em que a vítima mostrou uma réplica de uma arma de fogo. A família contesta.
O rapaz que deu o tiro contou para a PM que ele, Bruno e um terceiro adolescente, de 16 anos, são amigos e brincavam em um quarto de sua casa. O menino que morreu teria pegado uma réplica de uma arma de fogo, apontou para o que deu o disparo e disse: “É de verdade”. Nesta hora, o menor que efetuou o tiro saiu do imóvel e voltou pouco depois. Ele sacou a pistola e falou: “Esta sim é de verdade”. Em seguida, a arma teria disparado acidentalmente e atingido o rosto de Bruno. O projétil saiu na parte de trás da cabeça do garoto, que perdeu a vida antes do socorro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Após assassinar o colega, o menor saiu correndo do local do homicídio, mas acabou encontrado na Rua Macaé. A pistola foi apreendida com dois cartuchos intactos. Na casa onde o crime aconteceu, a PM ainda recolheu munições de calibre 12 e 28. Os pais do menor que deu o disparo contaram que não sabiam que ele tinha uma arma. O garoto nunca havia sido detido pela PM.
Versão da família
De acordo com a família de Bruno, que foi sepultado no domingo (29), a história apresentada pelo menor responsável pelo disparo está muito mal contada. “A versão da família é a que a minha irmã me contou: meu sobrinho estava dentro de casa, ajudando ela a trabalhar o dia inteiro, quando, já de tardinha, ele sentou em frente ao computador e o ligou. Pouco depois, chegou um coleguinha dele chamando pra sair. Ele desceu lá na casa desse coleguinha e sentou em um computador. O próprio coleguinha virou e falou: ‘Ô Bruno, você sabe como que faz um assalto’. Meu sobrinho foi e disse: ‘Não. Vamos parar com essa brincadeira, pois isso não é brincadeira’. O coleguinha insistiu: ‘Eu sei mais ou menos’”, descreveu Geani Carla de Abreu, 30, técnica em segurança do trabalho e tia do menino assassinado. Ela continuou: “Foi aí que o coleguinha de Bruno disse: ‘Então vou te ensinar como é’. Ele enfiou a mão debaixo de um colchão, pegou uma arma, colocou diretamente no nariz do meu sobrinho e atirou. A bala perfurou a cabeça dele e bateu na parede”.
Arma de brinquedo


Geani Abreu cobrou explicações: “Se era uma brincadeira, porque não atiraram para cima ou na parede? Logo na testa do meu sobrinho?”

Geani contesta a informação de que Bruno tinha uma réplica de uma arma. “Onde que está esta arma que ninguém encontrou até agora? Meu sobrinho nem com bombinhas gostava de brincar. Onde está essa arma de brinquedo? Eu quero que me mostrem, pois até agora não estamos sabendo disso”, questionou.
Conforme a técnica em segurança, Bruno estava na 8ª série, era muito estudioso e pouco saía de casa. “Meu pai está muito chateado e falou que quer justiça. Bruno era filho único. Seu pai está nos Estados Unidos em estado de choque e não pôde vir para o Vale do Aço ver o filho pela última vez”, comentou.
Achada no mato
Por último, Geani revelou que a pistola usada no crime teria sido achada pelo menino que matou seu sobrinho. “Dizem que essa arma foi encontrada no mato. Tem uma coisa errada nesta história, que não está entrando na cabeça de ninguém. O menino que assassinou Bruno está solto e rindo da nossa cara. A família quer saber o que aconteceu. Se eram três meninos, por que justamente Bruno foi assassinado? Se era uma brincadeira, por que não atiraram para cima ou na parede? Logo na testa do meu sobrinho?”, concluiu.

fonte: JVA online

Nenhum comentário:

Postar um comentário