18 de ago. de 2010

O comentário de Fernando Rocha

 

fernando O terceiro

Por mais que a gente promova e torça pelo futebol mineiro, temos de reconhecer que hoje não vamos além de ser a quarta força do futebol brasileiro, desde o aspecto econômico, mas, sobretudo, no que diz respeito às conquistas dentro de campo.

Com as interdições do Mineirão e Independência, ao mesmo tempo, para obras visando a Copa do Mundo, uma derrapada sem precedentes do atual governo estadual, nossos dois “grandes”, Atlético e Cruzeiro, ficaram ainda mais inferiorizados tendo de jogar para platéias bem menores do que as habituais de suas médias históricas no Brasileiro, pois tanto a imperfeita Arena do Jacaré como o Ipatingão, reduzido na sua capacidade por questões de segurança, trazem-lhes prejuízos incalculáveis.

Mas, se há conformidade de opiniões quanto a São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, serem as duas maiores potências do futebol brasileiro, cujos times recebem tratamento diferenciado, desde a valorização das quotas da TV, até nas mordomias e afagos da CBF, hoje não há dúvida sobre o terceiro lugar, pois basta uma análise superficial para saltar aos olhos a supremacia gaúcha sobre nós mineiros.

Vejamos o Grêmio, campeão uma vez do Mundial Interclubes, duas vezes campeão da Libertadores, campeão da Recopa Sul Americana, duas vezes campeão brasileiro da Série A e uma da B, quatro vezes campeão da Copa do Brasil, só para citar os títulos principais.

Hoje, o Internacional, a poucas horas de um jogo que pode torná-lo, no cenário estrangeiro, o clube brasileiro mais vitorioso do novo século, pois nenhum outro conquistou duas Libertadores depois da virada do milênio, sem falar na possibilidade do bi-mundial daqui a poucos meses, mesmo que não consiga levantar a taça de campeão continental esta noite no seu estádio, o Beira-Rio, diante da sua torcida, o que é bastante improvável.

  • Por mais que a gente tenha boa vontade, o futebol mineiro é muito mal administrado, a começar pela Federação, um autêntico cabide de empregos, que só aparece na hora de recolher taxas. O Cruzeiro, com duas Libertadores, um título brasileiro e quatro Copas do Brasil, além de outros títulos continentais de menor expressão, é o mais respeitado lá fora, por ter tido também administrações competentes sob o aspecto financeiro ao longo das últimas duas décadas administrações, enquanto o Galo só deu vexames administrativos e ganhou apenas um título de expressão, o Brasileiro, isto há priscas eras – 39 anos atrás-, sendo reconhecido somente pela força e fanatismo da sua fiel torcida.
  • A guinada que deu na sua vida, tornando-se a grande potencia de hoje, saindo da condição de um dos maiores devedores do futebol brasiuleiro para superavitário e detentor do maior quadro de sócios do país, com mais de 100 mil adesões, apto a pagar em dia e contratar craques de salários milionários, foi fruto de um trabalho sério, bem planejado e executado pelos dirigentes do Internacional, que pode muito bem ser copiado e dar certo aqui nestes nossos grotões, desde que os nossos dirigentes tenham juízo e competência para tal.
  • Hoje, se o Inter não levantar a taça de campeão contra este bom time mexicano, Chivas de Guadalajara, será uma zebra sem precedentes (e o técnico Celso Roth é um pé-frio de marca maior), mas não será pelo pecado da arrogância, soberba, lorotas plantadas por dirigentes, que se apoderam dos clubes como se fossem suas propriedades particulares, servem-se deles ao invés de serví-los, como deveria ser. Enfim, o Internacional é o exemplo a ser seguido, imitado, não só pelos clubes aqui destes grotões das Gerais, mas de todo o país.
  • “Uma das grandes dificuldades da maior parte das pessoas, em qualquer atividade, é a de ter uma profunda admiração, uma inveja saudável por profissionais da mesma área e de ter a humildade para aprender e reconhecer que o outro pode ser melhor, pelo menos em algumas características”. (Tostão)

E-mail: bolaarea@yahoo.com.br

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