21 de jun. de 2010

Estudante pede direção defensiva

 

mn_HZyJXElizangela_maior A estudante de Comunicação Social Elizângela Lizardo, 32, sofreu um acidente de moto no caminho do trabalho, há sete anos. Ela bateu a moto que pilotava contra uma carreta, quando ia para Antônio Dias trabalhar, o que resultou na amputação de sua perna esquerda. “Eu trabalhava como vendedora externa e usava minha moto para ir a outras cidades. Como consequência desse acidente eu fraturei a bacia, a tíbia e o fêmur. A artéria femural se rompeu e causou uma hemorragia que me fez ficar um ano e quatro meses no hospital até a amputação”, explicou Elizângela, que escolheu a moto para o serviço por ser um veículo econômico e de manutenção barata.


A estudante pilotava desde os 19 anos e diz ter ficado fascinada com as motocicletas por causa do irmão. “Ele usava a moto para trabalhar e daí surgiu o meu interesse pelo veículo”, declarou Elizângela, lembrando que o seu acidente não foi o primeiro na família. “Meu irmão sofreu um acidente de moto um ano antes do meu. Ele teve traumatismo craniano e ficou 25 dias internado”, falou a estudante, que na época estava grávida. “Antes eu sonhava em ensinar minha filha a pilotar, mas hoje não penso nisso. Ela diz que nunca vai querer andar de moto por ver as dificuldades que eu passo. Jamais daria uma moto para minha filha porque não quero que ela passe pelo que eu passei”, contou.
Elizângela, que viu sua vida ser completamente modificada com o acidente, disse que as causas de tantas batidas com os veículos de duas rodas são a imprudência e a falta de preparo dos motociclistas. “A velocidade é muito atraente e quando somos jovens nos sentimos indestrutíveis, e é aí que mora o perigo. Muitos pilotos novos não sabem nem sair da primeira marcha, não usam calçados adequados e mal se equilibram em cima de uma moto”, disparou a estudante, colocando em xeque o preparo dos jovens recém-habilitados. “Em momentos de estresse um piloto pode se assustar e provocar um acidente. Vemos muitas notícias sobre batidas em árvores e em postes por causa da alta velocidade dos pilotos, mas será que essas pessoas estão preparadas para o trânsito? Acho que falta atenção no uso de equipamentos apropriados e também a aplicação da direção defensiva no trânsito”, opinou Elizângela.  


A nova rotina depois do acidente


Após o longo período no hospital e a consequência da grave batida que sofreu, Elizângela viu sua vida ser completamente modificada. “Quando eu percebi, no hospital, que não poderia mais trabalhar com moto, me senti perdida. Afinal, era dali que eu tirava o meu sustento”, contou a estudante, que viu sua renda ser diminuída pelo fato de não poder trabalhar normalmente com sua motocicleta. “Antes eu recebia comissão, pois trabalhava com vendas. Depois da amputação eu fui afastada pelo INSS e hoje recebo auxílio-acidente, ou seja, houve uma mudança muito grande na minha renda mensal”, contou Elizângela, que hoje faz sessões de fisioterapia para se preparar para o uso de uma prótese na perna esquerda.

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