11 de jun. de 2010

Deficientes podem perder Centro de Reabilitação em Fabriciano

 

I003768 O coordenador do Centro de Reabilitação Geral do Unileste-MG (CRS), Deny Gomes de Freitas, participou, nesta quinta-feira (10), de uma reunião de caráter emergencial em Caratinga, com representantes da Secretaria de Estado de Saúde e de municípios da região.

O objetivo do encontro foi discutir formas de manter em funcionamento a clínica destinada ao atendimento gratuito de deficientes físicos de 33 municípios das microrregiões de Caratinga, Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo.

O Centro é credenciado pelo SUS e corre o risco de ser fechado em razão de deficits financeiros. “O Unileste cede o espaço, garante a manutenção dos aparelhos e paga os funcionários. No entanto, a quantidade de atendimentos não está cobrindo nem os gastos com a folha de pagamento”, lamentou Deny.

Ainda segundo o coordenador, a baixa procura estaria relacionada principalmente à dificuldade de deslocamento dos deficientes até o campus.

“A maioria das pessoas que precisa do serviço não tem como chegar aqui. Precisa de total apoio do poder público. Estamos tentando afinar essa interação entre os municípios, para que o problema possa ser resolvido de maneira rápida”, pontuou.

Segundo nota encaminhada pelo Unileste, apesar das negociações com a Gerência Regional de Saúde (GRS) e municípios atendidos, até o momento não há qualquer definição sobre o repasse de recursos públicos para a manutenção dos serviços.

O processo de negociação deverá ser concluído até o final do mês de junho. A próxima reunião da instituição com representantes do governo do Estado e dos municípios atendidos ocorrerá no campus do Unileste, na próxima segunda-feira (14).
Serviço
Desde 2006, o Unileste é autorizado pela Secretaria de Atenção à Saúde e credenciado pelo Ministério da Saúde (Portaria MS/SAS nº 850) para desempenhar serviços de orientação, prescrição, avaliação, adequação, treinamento e acompanhamento da distribuição de órteses e auxiliares de locomoção na região.

Localizado no campus de Ipatinga, no bairro Bom Retiro, o CRG recebe em média 120 pacientes por mês. No entanto, atualmente, enquanto as pendências financeiras não são solucionadas, apenas os pacientes que já estavam sendo atendidos continuam recebendo os serviços. Ao todo, conforme o coordenador da clínica, são aproximadamente 30 pessoas.

O CRG conta hoje com oito profissionais: três fisioterapeutas, um ortopedista, um terapeuta ocupacional, uma psicóloga e dois auxiliares administrativos.

A equipe promove a reabilitação e readaptação profissional de pessoas com deficiência física, motora ou sensorial, a fim de melhorar a qualidade de vida desses pacientes e a performance nas atividades laborais.

A responsabilidade por efetuar a avaliação, o cadastro e o encaminhamento dos deficientes ao atendimento do CRG Unileste é das prefeituras dos municípios atendidos.

I003767 Mãe de deficiente teme fechamento

Moradores de Coronel Fabriciano, Maria Domingos e o filho, Ricardo Avelino, de 33 anos, estiveram no CRG na tarde desta quinta-feira (10). Ricardo tem todos os membros do corpo atrofiados, em razão de uma encefalite adquirida aos dois anos. Atualmente, ele só se desloca no colo da mãe.

Maria Domingos contou que o filho precisa de uma cadeira de rodas especial e que somente por meio do CRG ele pode ter acesso ao equipamento. Ele foi levado à clínica na tarde de ontem para tirar as medidas. Segundo a mãe, eles contam com a ajuda do Rotary Clube.

“Essa cadeira só é feita em Valadares. E é o Centro de Reabilitação que faz a intermediação com a empresa. O Rotary também está nos ajudando. Se não fosse dessa forma, não sei nem como poderíamos conseguir a cadeira”, disse.

Maria Domingos disse ainda que teme pelo fechamento do Centro. “Já estamos sem o atendimento do SUS, no Hospital Siderúrgica, o que tem nos prejudicado muito. Agora, se fechar esse Centro, vai ser outra perda imensa para a saúde na região, principalmente para os deficientes”, lamentou a mãe, que foi levada junto ao filho ao CRG por uma ambulância do município.

Repórter : Thaís Dutra

 

Fonte: Dário do Aço

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