17 de jul. de 2010

O comentário de Fernando Rocha

 

fernando A nova casa

Fui a Sete Lagoas na última quarta-feira, onde trabalhei como comentarista da Rádio Vanguarda no jogo Atlético 3 x 2 Atlético/GO, a fim de conhecer o Estádio Joaquim Nogueira, que atende pelo carinhoso apelido de “Arena do Jacaré”, a nova “casa” do futebol mineiro, onde os três grandes times da capital – Atlético, Cruzeiro e América -, vão jogar até que fiquem prontas as reformas do Independência e Mineirão visando a Copa de 2014.

Claro que dá uma dor de cotovelo, mas procurei analisar e escrever o que penso norteado apenas pelo sentimento da razão e sem me deixar levar pelo emocional. Até porque sempre gostei de visitar Sete Lagoas, agora ainda mais pela amizade com dois de seus filhos ilustres, os jornalistas Chico Maia e Alex Lanza, brilhante repórter da nova geração e nosso colega no rádio-esportivo.

Distante apenas 81 Km da capital, percurso que pode ser feito em cerca de 30 minutos em pistas duplicadas da BR-040, embora o asfalto careça de uma reforma urgente, não há como negar que a “Arena do Jacaré” se tornou uma opção muito interessante, se comparada ao que pode oferecer de menos em relação ao Ipatingão.

· O gramado, mesmo de dimensões reduzidas (105 x 68 contra 110 x 75 do Mineirão-Ipatingão) é de excelente qualidade, muito bem cuidado pelo pessoal da ADEMG, a mesma autarquia que administra o Mineirão e que tomará conta do estádio nos próximos dez anos em regime de comodato. As cadeiras instaladas são inferiores às do Ipatingão, principalmente quanto à sua anatomia, provocando desconforto em quem as utiliza , mesmo que seja no pouco tempo em um jogo de futebol. Além disso, estavam sujas com poeira e restos de materiais de construção.

· Quanto às instalações de vestiários, bares, banheiros, tudo cheira a novinho em folha. Prático e bonito. O problema ou gargalo maior está no atendimento à imprensa em geral, pois é que neste país os engenheiros, arquitetos, gestores, desconhecem a importância do nosso trabalho e quando projetam a construção ou reforma de estádios, ginásios ou qualquer equipamento esportivo, desprezam a imprensa e suas necessidades, como se este mercado bilionário pudesse existir sem a nossa presença.

· Na “Arena do Jacaré” foram cosnstruidos apenas doze cabines para para abrigar mais de 200 profissionais de rádio, jornais e TV, que normalmente trabalham na cobertura de jogos da dup0la Rapo-Galo noo Campeonato Brasileiro. A diretoria da ADEMG segue a mesma filosofia adotada no Mineirão, onde age de forma parcial beneficiando a emissora que detém os direitos de transmissão, além de mais duas ou três rádios da capital, dando-lhes toda a assistência e mordomias, enquanto os demais que se explodam.

· Vale ressaltar que em defesa das emissoras de rádio assíduas, jornais da capital, entre outros, acomodados em um autêntico “poleiro”, sem as mínimas condições técnicas e humanas para se trabalhar, a nossa entidade de classe, AMCE – Associação Mineira de Cronistas Esportivos -, tem feito todo o esforço possível para que a situação melhore, mas até agora as críticas e sugestões do presidente Carlos Cruz, entre outros diretores, não foram acatadas.

· Temo pela segurança de todos que lá estarão para trabalhar ou torcer nos grandes jogos já programados, como por exemplo os dois clássicos Atlético x Cruzeiro, mesmo que sejam feitos de forma esdrúxula como se tem anunciado, com a presença de uma só torcida. A conclusão ou a pergunta que deixo para as autoridades envolvidas, principalmente as nossas, em Ipatinga, acometidas de um momento letárgico, não sei se proposital ou esporádico, é a seguinte: se as mesmas regras ou leis, que hoje restringem a capacidade do Ipatingão para 11 mil torcedores, forem aplicadas com o mesmo rigor à “Arena do Jacaré”, será que o estádio de Sete Lagoas seria hoje o novo palco do futebol mineiro? (Fecha o pano!)

E-mail: bolaarea@yahoo.com.br

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