Futebol é um jogo coletivo que se joga com os pés, daí “entrosamento” ser a palavra-chave, pois sem ele não se consegue pôr em prática fundamentos básicos mais simples, como por exemplo, a troca de passes, ponto forte da Espanha campeã mundial.
Então, vamos saber a partir de hoje, se o time atual do Cruzeiro, cuja base vem sendo mantida há mais de dois anos e o tal de “entrosamento” decantado em prosa e verso como seu ponto forte, não conseguiu êxito nas principais competições disputadas neste período, sob o comando de Adílson Batista, mais por culpa dos próprios jogadores ou se por conta das invenções táticas do ex-treinador.
Cuca, o novo “professor”, é um dos poucos técnicos do futebol tupiniquim que me agrada pelo modo como enxerga o futebol, privilegiando muito mais a técnica do que a força.
Agora, a grande incógnita: concordo plenamente que a vitória da Espanha neste Mundial tenha significado o fim do estilo “guerreiro”, da técnica sobre a força recurso utilizado pela Holanda, mas resta saber até que ponto os nossos “técnicos-professores-doutores”, vão assimilar e pôr em prática este novo conceito de jogar futebol neste reinício de Brasileirão.
· O Galo de Vanderlei Luxemburgo ainda está anos-luz distante do que deseja seu comandante e a torcida, no que diz respeito ao “entrosamento”. Torna-se natural e até compreensível algumas péssimas atuações na fase de jogos-treinos, mas é inaceitável para o padrão de investimentos feitos pelo clube na montagem do elenco, que a equipe não demonstre absolutamente nada em termos táticos, um amontoado de pernas-de-pau perdidos dentro de campo.
· De cada dez pessoas perguntadas se gostam ou não do narrador da Globo, Galvão Bueno, acho que nove vão reprovar o seu trabalho. Na verdade, esta é mais um hipocrisia explícita da nossa parte, pois mesmo quando se tem outra opção, a maioria não deixa de acompanhá-lo na telinha. Foi assim em toda a Copa da África do Sul e em tantas outras que ficaram prá trás. Só na partida final de domingo, a Globo cravou 27 pontos na média da audiência apurada pelo Ibope, enquanto a Band ficou com 10.
· Galvão Bueno pode ter lá seus defeitos, mas é um profissional exemplar, acima da média em quase tudo que faz. Porém, os últimos episódios ocorridos no Mundial da África, o desgaste evidente com o público, a batida de frente com o ex-técnico Dunga, o fizeram ensaiar um discurso de aposentadoria no final da transmissão de domingo. “Após 32 anos narrando jogos do Mundial, este narrador se despede de uma Copa do Mundo em outro país”, disse Galvão Bueno. Faltou só imitar Zagallo e dizer que, porém, até 2014 “vocês vão ter que me aturar”. (Fecha o pano!)
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