29 de mar. de 2010

O COMENTÁRIO DE FERNANDO ROCHA - OPINIÃO COM CREDIBILIDADE

30/03/2010


                                                      O vacilão

Dois vacilos em casa, dois empates cedidos nos instantes finais das partidas contra Caldense e Villa Nova, jogaram por terra toda a boa campanha do Tigre nesta fase de classificação.

A declaração do técnico Gilson Kleina nos vestiários do Ipatingão, após o empate com o Leão, prometendo que “o espírito de luta da equipe vai voltar”, no mata-mata, significa um reconhecimento público de que faltou raça, sobretudo vontade de vencer aos jogadores, que parecem se achar muito além do que realmente são, além da evidente falta de qualidade dos reservas, que entraram em substuição a titulares importantes, como o ala Luizinho e o meia-atacante colombiano Reyna.

Continuo achando que o Ipatinga, apesar das duas vaciladas em casa, seja a única equipe do interior capaz de superar a dupla de favoritos da capital, principalmente em se tratando de mata-mata, onde tudo pode acontecer.

Com a volta de todos os titulares e desde que se confirme a previsão do técnico Gilson Kleina, de uma mudança na postura da equipe nesta etapa decisiva, com os jogadores calçando novamente as sandálias da humildade, será possível o milagre acontecer.

• A marcação do decisivo clássico entre Atlético x América para o Ipatingão , no próximo dia 7, quarta-feira, era a única alternativa dos dirigentes das duas equipes, já que o Mineirão será ocupado por um show musical e a Arena do Jacaré em Sete Lagoas ainda não ficou pronta. Há uma tendência desta cena se repetir muitas vezes ainda este ano, por conta do início das obras no Mineirão visando a Copa do Mundo e quando houver necessidade de se jogar para públicos acima de 20 mil torcedores.

• O problema da limitação do Ipatingão para 11.200 torcedores ainda persiste e a administração municipal tem se esforçado para atender às exigências dos Bombeiros, que estão seguindo à risca o que a nova lei determina. Acredito que se houvesse um pouco mais de bom senso por parte das autoridades, com base em experiências de grandes jogos já realizados no Ipatingão, sem nenhum registro de problemas relativos à falta de segurança, a situação já estaria resolvida e o estádio liberado para a capacidade máxima de 27 mil pessoas. O perfil de torcedor-família, que impera na nossa região, não está sendo levado em conta e todas as medidas recomendadas parecem se enquadrar na máxima atribuída ao ex-presidente Tancredo Neves: “Aos amigos a lei, aos inimigos o rigor da lei”.

• A morte do mestre Armando Nogueira abalou a crônica esportiva nacional. Conheço toda a sua obra literária e coleciono artigos escritos por ele ou por outros colegas à seu respeito. Seus ensinamentos, observações, opiniões, poesias, frases, viagens encantadas pelos mistérios dos craques, gênios do futebol, foram e continuarão sendo referência para milhares de jornalistas, entre os quais me incluo aqui nestes grotões das Gerais.

• “Ah, o jogo? O jogo foi o Pelé”. “O jogador vê a jogada. O craque antevê.” “Mais importante que o jogo é a jogada. Mais importante do que a jogada é o jogador. Mais importante do que o jogador é o ser humano”. “O repórter de TV atrás do gol virou pão dormido e não sabe. Não dá para concorrer com o replay”. ”Não há nada mais chato do que passar a vida como pobre refém dos sortilégios do futebol. Quem me dera poder mandar pro inferno o primado da coerência, velha maldição do jornalista”. “Quem escreve sofre, na carne, as dores da tortura mental. A busca da palavra exata será sempre um suplício. Conheci três exemplos dignos de minha inveja: Carlos Lacerda, Otto Lara Resende e Carlos Castelo Branco. Nunca vi tamanha fluidez. Armando Nogueira. (Fecha o pano!)

E-mail: bolaarea@yahoo.com.br

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