22 de mar. de 2010

Nova mania para emagrecer, ração humana sozinha não faz milagres

A cor e o cheiro lembram o de comida para cachorro. Já sobre o sabor, só pode dizer quem já filou o almoço do seu bicho de estimação. Mesmo com esse apelo pouco convidativo, a ração humana virou o termo mais repetido entre os aflitos para perder peso, que não são poucos.
Embora tenha ficado famoso só recentemente, o suplemento alimentar foi criado em 2005, pela curitibana Lica Takagui. Comissária de bordo por 11 anos, ela passou muito tempo buscando uma saída para sua anemia e prisão de ventre constantes. Ela decidiu estudar naturologia e teve aulas com o médico e nutricionista Daniel Boarim, autor de diversos livros sobre a cura pelos alimentos. Com sua orientação, Lica começou a produzir a ração humana na cozinha de casa para vender. A escolha do nome se baseou no conceito do produto: reunir tudo o que o organismo precisa, como prometem os fabricantes de comida para bichos.
A empresária conta que sua diarista foi a primeira “garota-propaganda” da ração humana. Percebendo a saúde e a boa forma da patroa, ela decidiu experimentar o produto. Emagreceu 42 kg e começou a vender a fórmula até no ônibus, tamanho o interesse das pessoas na mudança de visual.

Quem está interessado em experimentar a ração humana também deve tomar cuidado com sua procedência. Os grãos, quando armazenados e transportados sem o devido cuidado, podem ser facilmente contaminados por fungos, como explica Sônia Souza, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo).
A não ser que se conheça muito bem a origem do produto artesanal, é melhor dar preferência ao industrializado, para não correr o risco de ter uma diarreia após o consumo. O problema é que os processos de descontaminação, apesar de aumentarem a vida útil do pó, também o encarecem (os potes de ração humana podem variar de R$ 20 a R$ 80).

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