24 de mar. de 2010

O COMENTÁRIO DE FERNANDO ROCHA - OPINIÃO COM CREDIBILIDADE


25/03/2010 Feliz Aniversário

O Atlético comemora 102 anos nesta quinta-feira. Poucas instituições neste país conseguiram tamanha longevidade, e o mais incrível nisso tudo, é saber que o Clube Atlético Mineiro certamente vai sobreviver por, talvez, mais dezenas de anos, séculos, mesmo que, ao longo de centenária história, tenha sido e ainda vá ser administrado por gente despreparada, mal intencionada, que usou e usará o clube em causa própria, para ganhar prestígio, amealhar fortunas.Mas, o Galo, através de seu maior patrimônio, a torcida fanática e fiel, sobreviverá. Crescí ouvindo meu pai, cujo coração pendia para os lados alvi-negros, entre atleticano e vascaíno de fé, exaltar as qualidades de seus jogadores e suas conquistas. Os locutores de rádio da época, pelas ondas curtas da Guarani e Inconfidência, Vilibaldo Alves, Jairo Anatólio, Aloísio Martins, Kafunga, Paulo Celso e muitos outros, com os quais anos mais tarde tive o privilégio de trabalhar, ou as memoráveis transmissões do “duplo sinal” na extinta TV Itacolomi, embalaram meus sonhos de criança-adolescente e me deram uma imagem lúdica, surreal, gigante, como verdadeiramente é o Clube Atlético Mineiro. Ao contrário de todos os outros grandes times do Brasil, o Galo não foi fundado por desportistas de elite, mas por 22 meninos, que mataram aula, talvez isso explica a sua inquietude, eterna vocação para ser anarquista, revolucionário, diferente, tanto que já na década de 1910, tinha de negros e mulatos vestindo o seu manto sagrado, numa época em que o futebol brasileiro ainda era segregado.· Vida longa para o Clube Atlético Mineiro, um pioneiro em tudo: primeiro campeão da cidade de BH (1908);primeiro campeão estadual(1915);primeiro campeão de um torneio inter-estadual brasileiro (Campeão dos Campeões do Brasil, 1936);primeiro time brasileiro a excursionar vitoriosamente pela Europa, “Campeão do Gêlo” (1950); primeiro e único clube de futebol do mundo a derrotar a seleção brasileira de futebol (1969);primeiro campeão brasileiro de futebol (1971);primeiro campeão da Copa Sul-Americana Conmebol (1992). · O Galo também é o primeiro a usar uma camisa rosa, embora seja de treino. Desde o lançamento na semana passada, que até hoje gera discussões e polêmicas, preferi ficar na “moita”, como se costuma dizer aqui nestes grotões. Ouví, li e ví muita bobagem à respeito e também opiniões sensatas. É um assunto que nunca terá fim, pois houve neste caso a quebra de um paradigma e tudo que é novo, incomoda, provoca reações das mais diversas. · Decidí não alimentar esta discussão aqui neste espaço, em respeito aos leitores, que considero e prezo como a razão de estar aqui quatro vezes por semana. Vou me dedicar, analisar, elogiar ou criticar, assuntos mais sérios e produtivos, coisas que de fato preocupam em relação à instituição, como por exemplo, esta aproximação repentina do Presidente Alexandre Kalil, pessoa que até prova em contrário, me merece todo o respeito e admiração, com o Presidente da CBF, o todo-poderoso Ricardo Teixeira. · Não estou certo que sua atitude trará benefícios ao clube, pelo contrário, penso que sairá perdendo, ao cair de joelhos diante deste pseudo-imperador do nosso futebol. A minha dúvida é a mesma externada pelo companheiro Juca Kfouri no seu blog. Faço-a, com a devida vênia do amigo, também minha: “O enlace foi coroado com a entrega de uma camisa do Galo ao cartolão da CBF. Não se sabe se Vanderlei Luxemburgo fez o papel de cupido, mas é óbvio que todos querem estar bem com Teixeira que seduziu, com sua insuperável simpatia, até o presidente da República. Quem sabe se viverão felizes para sempre?”. (Fecha o pano!)

E-mail: bolaarea@yahoo.com.br

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