3 de set. de 2010

Fim da esperança

Estudante de 16 anos é encontrada morta

IPATINGA – As poucas esperanças que a família da estudante ipatinguense Fernanda Garcia de Azevedo, de 17 anos, tinha de encontrá-la com vida terminaram nesta quinta-feira (2). O corpo da garota, que estava desaparecida há mais de 20 dias, foi encontrado em um matagal no distrito de Cordeiro de Minas, em Caratinga, a poucos quilômetros de Ipatinga. O cadáver, já em estado de decomposição, foi localizado por trabalhadores rurais, no final da tarde desta quarta (1º), em uma reserva biológica perto da Lagoa Bonita. Um suspeito de causar a morte da jovem já foi identificado pela Polícia Civil. Trata-se do segurança João Batista dos Santos Neto, de 29 anos, morador do Bairro Canaã, com quem a vítima teve um breve relacionamento.  
Fernanda residia na Rua Jerusalém, no Bairro Bethânia, e estudava na Escola Estadual Maurílio Albanese Novaes, no Bairro Bela Vista. Ela sumiu na noite do último dia 10, quando saiu de casa falando que ia fazer um trabalho escolar. O corpo da estudante foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Ipatinga, onde feito um reconhecimento oficial na manhã desta quinta. A família fez a identificação através da roupas, já que o cadáver estava em estado de decomposição e praticamente irreconhecível.
A delegada Elisa Moreira, da Delegacia Adjunta de crimes Contra a Vida (DACcV) de Ipatinga, cuida do caso e informou que não há dúvidas de que o corpo encontrado é mesmo o de Fernanda. “Não há dúvida alguma. Mas, de qualquer forma, a arcada dentária da menina será levada a um instituto, lá em Belo Horizonte, para poder fazer a perícia de uma forma mais apurada”, pontuou.
Elisa ainda revelou que investiga há semanas o desaparecimento da estudante. “Ela saiu de casa faz mais ou menos 20 dias. Saiu junto com João Batista. Inclusive, já existe mandado de prisão decretado contra ele. Fernanda deixou um bilhete, que foi encontrado posteriormente ao desaparecimento, dizendo que qualquer coisa que lhe acontecesse seria culpa do João Batista”, revelou a policial civil.
Gravidez
Conforme a delegada, suspeita-se que Fernanda estava grávida. Ela teria saído de casa no dia 10 para tentar interromper a gestação. “Ela possivelmente teria de fazer um aborto numa cidade perto de Caratinga, ou foi iludida (por João Batista) sobre esse pretexto, pois há indícios de que ela estaria grávida desse sujeito”, contou. Elisa ainda acrescentou: “É tudo muito doloroso. A família esteve em contato com a gente desde o primeiro dia, diariamente. Nós demos todo o retorno à família, acho que eles foram muito bem assistidos. Acredito que esse caso vai ser resolvido em pouco tempo. Nós já seguimos João Batista por algumas cidades, mas por enquanto sem êxito. Mas, como eu disse, eu acredito que em breve ele seja preso”. A delegada pede que denúncias sobre o paradeiro do acusado sejam feitas através do disque-denúncia das polícias, no número 181.
Cunhado
Noivo da irmã mais velha de Fernanda, Marlon Roberto, 28, esteve no IML de Ipatinga para ajudar na identificação da estudante. Ele falou sobre a covardia de João Batista. “Esse cara não pode ficar solto. Ele tem que ser preso e pagar pelo que fez. Todos os indícios levam a ele, porque ele sumiu junto com ela. Onde ele estava trabalhando, ele não voltou mais. Onde ele morava, ele não voltou mais. Ninguém sabe dele. Vizinhos, parentes. Ninguém sabe”, apontou. Marlon ainda lembrou que João Batista aproveitou que Fernanda era uma jovem indefesa. “Ela morreu em função da safadeza, da covardia e frieza desse cara. Eu estava até pedindo a Deus que trouxesse ela viva ou morta para acabar com essa angústia da família. Ninguém merece isso. Espero que a polícia bote a mão nesse cara, pois ele tem que pagar pelo que fez. Não pode ficar solto”, complementou.
Por último, o cunhado da estudante falou sobre como o foi o dia em que ela desapareceu. “A mãe dela contou que foi um dia normal, de rotina normal. Fernanda acordou e foi para aula à tarde. À noite ela disse que ia fazer um trabalho de escola, como era normal acontecer, e não voltou”, finalizou. Nascida em Guanhães, no Vale do Rio Doce, Fernanda deixou duas irmãs, de oito e 28 anos. Ela era órfã de pai. Sua está muito abalada e mal conseguiu conversar com a imprensa.
IML
O estado de decomposição dificultou um exame de necropsia mais detalhado no corpo de Fernanda. Preliminarmente, não foi possível verificar sinais de violência no cadáver. A causa da morte ficou como indeterminada. Novos exames serão feitos e deverão apontar como a estudante foi morta.

 

fonte: JVA online

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